sexta-feira, 21 de junho de 2013

No aeroporto - Carlos Drummond de Andrade

A situação de aprendizagem a seguir foi proposta pela professora Luciana Cristina Scarelli

Olá caros colegas, a minha SA foi:  No  Aeroporto -Carlos Drummond de Andrade 
Estratégia:
Levantamento do conhecimento prévio sobre o título do texto.
Apresentação da imagem de um aeroporto.
Colocar os alunos em contato com a música clássica (Bach).
Dialogar com outras linguagens que o texto possibilita (a imagem do aeroporto).

Apreciação na forma de linguagem  do texto (gostaram ou não, por quê?)

sábado, 15 de junho de 2013

Pausa, de Moacyr Scliar











           





Pausa

            Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
            — Vais sair de novo, Samuel?
            Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
            — Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.
            — Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente.
            Ela olhou os sanduíches:
            — Por que não vens almoçar?
            — Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
            A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:
            — Volto de noite.
            As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo.
            Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
            − Ah! seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
            - Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.
            - Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu a chave.
            Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
            - Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto.
            Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
            Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata.
            Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.
            Dormir.
            Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
            Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
            Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente: ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.
            Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
            - Já vai, seu Isidoro?
             - Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
            - Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.
            - Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; anoite caía.
            - O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem, rindo.
            Samuel saiu.

            Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.


Situação de aprendizagem
Avestruz, de Mario Prata


1-    Sensibilização

a- Perguntar aos alunos: se tivesse que escolher um animal de estimação, qual destes vocês escolheriam?














b- Observar quantos dos alunos escolheram o avestruz. Perguntar os motivos que os levaram a fazer tal escolha.




2- Ativação de conhecimento prévio. Antecipação.         Checagem de hipóteses.


 Texo: Avestruz
Autor: Mário Prata
1- Apresentar o título.
2- Perguntar se já viram um avestruz, se conseguem imaginar o tamanho que o animal pode atingir.
3- Quais os hábitos de um avestruz?

Pedir para que respondam as questões para em seguida lermos o texto.


AVESTRUZ
Mário Prata

            O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto. 
            Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio. 
            E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato. 
            Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais.
            Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
            Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
            Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!
            Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento. 
            Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
            Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
            Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
            Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.


4- Levantamento de vocabulário.
5- Verificar se as hipóteses sobre os hábitos se comprovam.
6- Apresentar uma segunda imagem, agora de corpo inteiro.


          
3- Intertextualidade
  Leia os textos a seguir, observando que apesar de tratarem do mesmo tema, apresentam linguagem diferente. Em seguida, verifique em qual deles a linguagem se assemelha mais a do texto de Mario Prata. Por que a diferença de linguagem ocorre?

a- Xtudo e o Avestruz
papagaio, beija-flor, galinha, urubu,
são aves
Na África
vive
a maior ave do mundo.
é grande dá pra montar;
com um chute pode matar;
quando corre, chega a 70 Km por hora;
é capaz de comer
pedra, arame, galho, grama,
relógio, anel,
bola de gude
COME TUDO!
X - Tudo
é pernudo, pescoçudo,
tem pena macia
põe um ovo enorme
que parece melancia
É ave
mas não voa
Quem sabe o nome dela?
Nunca fala nada
come X-tudo.
A-ves-truz
é mu-do.
(dá pra repetir?
b- Avestruz

            O avestruz é a maior ave viva da Terra. É uma  ave corredora com asas de tamanho reduzido, revestidas de plumas, que concorrem para o equilíbrio do corpo durante a corrida. Vive em habitats semi desérticos, onde suporta com relativa facilidade o calor elevado dessas regiões. Os avestruzes são em geral monogâmicos, e os casais apenas se desfazem quando  um dos parceiros morre.  Os ninhos são extremamente simples, pois os ovos são colocados na areia em depressões que as aves ajeitam com as patas. Os ovos dos avestruzes são grandes e possuem uma casca muito forte que pode suportar o peso de uma pessoa sem se partirem. Os pintos dos avestruzes nascem bastante grandes e pouco tempo depois de nascerem podem acompanhar os pais na corrida. O macho é maior e mais esbelto do que a fêmea. O seu corpo é revestido de grandes plumas pretas e as suas reduzidas asas ostentam grandes plumas brancas. As plumas dos avestruzes machos têm um grande valor comercial e são usadas como adorno principal pelas bailarinas de balet. As fêmeas possuem uma plumagem muito mais pobre em tons acinzentados. Nalguns países africanos existem fazendeiros que se dedicam à criação de avestruzes para comercializar os seus produtos, carne e plumas. Os avestruzes também têm os seus predadores, como as hienas, e os chacais, embora devido ao habitat e ao seu tamanho não sejam animais muito desejados. Tudo depende do estado de fome em que o predador se encontrar. Os pais defendem corajosamente as crias e dão poderosos coices e bicadas. As penas dos avestruzes são macias e servem como isolante térmico e são bastante diferentes das penas rígidas dos  pássaros voadores. Possuem duas garras em dois dos dedos das asas, sendo a única ave que possui apenas 2 dedos em cada pata. As pernas fortes do avestruz não possuem penas. Suas patas têm dois dedos, sendo que apenas um tem unha enquanto o maior lembra um casco. Seu aparelho digestivo é semelhante ao dos ruminantes e seus olhos, com suas grossas sobrancelhas negras, são os maiores olhos das aves terrestres. Para facilitar a digestão os avestruzes ingerem seixos.


 4- Um pouco sobre o Mario Prata





            Mario Prata é mineiro de Uberaba, mas foi criado na cidade paulista de Lins desde pequeno. Com catorze anos de idade, já escrevia "numa velha Remington no laboratório de meu pai (...) crônicas horríveis, geralmente pregando a liberdade e duvidando da existência de Deus". Com esta idade começou a escrever em A Gazeta de Lins, dessa vez assinando uma coluna social sob o pseudônimo Franco Abbiazzi. Logo já estava produzindo reportagens e artigos.
            Sempre foi um leitor voraz, principalmente das revistas mais populares da época, como O Cruzeiro e Manchete, pois estas publicavam textos de grandes cronistas, como Millôr Fernandes, Rubem Braga, Fernando Sabino, Stanislaw Ponte Preta, Paulo Mendes Campos e Nelson Rodrigues. Daí a forte influência que os citados escritores tiveram em seu estilo.


5- Produto final

         Agora é a sua vez! Você já pediu, ou conhece alguém que tenha pedido um presente de aniversário bem inusitado? Escreva sobre isso e, depois, compartilhe o seu texto com colegas de sala e o (a) professor (a).
         Ah! Em sua sala podem aparecer textos bem legais, mas tome cuidado para não exagerar nas risadas e sempre respeite os seus colegas.
         Bom trabalho!


sexta-feira, 7 de junho de 2013

ESPAÇO

     Este espaço tem por objetivo promover a interação entre pessoas de diferentes formações, com experiências diversas na área da educação da rede estadual de ensino de São Paulo, a fim de compartilharmos um pouco da nossa prática diária e inovarmos em nossas atividades de ensino para proporcionar aos nossos educandos educação de qualidade. Sabemos que nenhuma sequência didática é fechada, por isso contamos com a colaboração de todos vocês para sugestões de aperfeiçoamento.