DEPOIMENTOS

Depoimentos... será um prazer ler o seu também.


Luciana Cristina Scarelli

     Bom dia caros colegas!
     Na minha infância não tive contatos com livros, pois meus pais não nos ofereciam, vivíamos em uma fazenda, onde todas as noites após o jantar  meu pai contava histórias para mim e meus irmãos  em volta da mesa da cozinha. Fui ter contato com meu primeiro livro na primeira série, que foi minha cartilha, que linda !toda colorida ficava imaginando o que estava escrito ali. Naquela época os professores não ofereciam livros para os alunos ler. Somente quando comecei a quinta série o meu professor exigia que  lêssemos, tínhamos que fazer prova, então meu pai comprou a Ilha Perdida, foi aí que despertou meu gosto pela leitura.
     Concordo que no Brasil há poucas livrarias, poucas bibliotecas, pois acho que para ter cultura em nosso país é muito caro e falta incentivo dos pais, professores e de sociedade em geral.

Luciane Blanco

            Boa noite! Todos os depoimentos são muito interessantes, mas os que me chamaram mais atenção foram os do Gabriel, o Pensador, do Gilberto Gil e da Clair (http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Resource/398776,745,E23/Assets/estrutura/arquivos/modulo2/gabriel_opensador.mp3;http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Resource/398776,745,E23/Assets/estrutura/arquivos/modulo2/gilbertogil.mp3), porque em todos há a presença de alguém que conduz ao descobrimento do mundo das palavras, seja despertando para leitura, seja para a escrita.
            No meu caso, a exemplo do que ocorreu com Gabriel e Gilberto Gil, também foi a avó, não a paterna, que apesar de ser professora e ter deixado um lindo poema para mim e outros dois primos, deixou-nos antes mesmo que eu completasse o quarto mês de vida; foi a minha avó materna, analfabeta, mas com muita vontade de aprender e um repertório maravilhoso de histórias para contar que me deixou com muita vontade de ler e escrever, porque queria retribuir de alguma forma o carinho com que ela transmitia cada história.  
            O primeiro texto que li foi com ela que senti necessidade de compartilhar e, para mostrar que já sabia escrever, anotava as receitas que ouvíamos do rádio. Depois disso, eu comecei a mergulhar cada vez mais fundo neste universo de palavras, mas ela já não vinha comigo, apesar de me incentivar e dizer: “Quando você tiver um tempo, você me conta...”.
            E o tempo passou. Quando estava no Ensino Médio tive um professor de literatura maravilhoso, que conseguia motivar para as leituras, que antes pareciam sempre tão monótonas. Mas ele era um pouco tradicional porque fazia verificação de leitura e a partir de um trecho do texto lido e dos comentários dele em sala, produzíamos uma discussão sobre o livro. Eu gostava muito desta atividade e, só muito mais tarde, pude perceber como ela foi importante para a minha formação como leitora e escritora.
            Por tudo isso que me foi dado, agora me sinto responsável em passar um pouco desse gosto e desse poder que têm as palavras para os meus alunos e meus amigos.

Um comentário:

  1. Olá Meninas do grupo 6, do curso MGME!

    Também gostei muito dos depoimentos do programa "Prazer em Aprender", de Gilberto Dimenstein. Chamou-me atenção a importância das avós de Gabriel, o Pensador e de Gilberto Gil, pois também fui apresentada ao mundo da leitura pelas mãos de minha avó paterna. Infelizmente, ela faleceu muito cedo, mas meu pai continuou a tarefa iniciada por sua mãe. Ele utilizava a técnica de Sherazade, ou seja, parava sempre na hora do clímax e dizia: "Agora é hora de dormir, amanhã contarei o que aconteceu". Quem disse que eu conseguia dormir? É claro que, com essa estratégia, acabou influenciando até em meus sonhos, uma vez que imaginava muitas peripécias para aqueles personagens. Mais tarde, quando já sabia ler sozinha, deliciei-me com as aventuras narradas por Monteiro Lobato, irmãos Grimm, La Fontaine, Esopo e Andersen.

    Grande abraço,
    Maristela Stamato

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